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domingo, 28 de abril de 2024

Superturnê - 27/04

Eu acho que eu posso começar dizendo que coloquei a playlist da superturnê tocando no fone de ouvido, pra poder escrever aqui voltando pro dia de ontem em todos os sentidos: emocionalmente e de modo sonoro. Eu sinceramente ainda não consigo acreditar em tudo que rolou ontem, e eu acho que isso é até uma forma de me fazer entender que realmente “tudo que eu sonho, eu consigo”. Bom, vamos ao que vocês querem saber: minha experiência.

Já começa que eu me planejava pra chegar lá 1h antes do check in do meet, mas eu achava que brasilia tinha trânsito. Talvez tenha, mas não ao ponto de me fazer tirar 40 min num trajeto que é feito em 15. Acabei sendo a segunda a chegar na fila, mas a menina que tava comigo tava com vergonha de ter sido a primeira, então pediu pra eu ficar na frente dela. Postei foto com ela aqui, ontem.

Na fila, conversei com uma galera que foi cancelada. Pra um eu pedi desculpas, pq eu tava do lado de quem tava cancelando e ouvi a versão dele, entendendo o que realmente tinha acontecido, mas não vamos entrar em detalhes aqui. O resto eu não lembro se eu tinha presenciado ou ouvido falar sobre os cancelamentos, mas foram todos uns queridos.

Eu inclusive conheci a Laís, a menina que o Jão falou no show, do projeto Super Na Fila, um projeto que eu achava lindo e passei a achar incrível ao ver o empenho dos envolvidos. Inclusive a minha plaquinha tava toda molhada e tinha começado a rasgar lá pro meio do show e eu pedi pra uma das pessoas da organização do projeto pra me entregar outra e eu amei que eles tiveram essa preocupação de estar com elas durante o show para emergências.

Quando deu o horário, a GIO veio buscar a gente, e ela é do meu tamanho! Eu fiquei super feliz com a representatividade das baixinhas. Brincadeiras a parte, a qgio é uma fofa. A gente ficou enchendo ela de informação toda vez que ela ficava um tempinho perto da gente e ela ficava ouvindo o que a gente tinha pra falar e até conversou com a gente. Diva acessível. Ela leu a plaquinha e a reação dela foi “só espero que ele consiga ler”. Depois de abraçar o Jão eu perguntei se eu podia abraçar ela e fui correndo e ela me deu um abraço super gostoso. E logo depois eu pedi pra abraçar o Renan tbm e ele me abraçou.

Meu deus, eu já escrevi muito e nem foi a metade de tudo que eu tenho pra contar. Vamos lá, O Jão! Quando eu cheguei, ele abriu um sorriso, acho que ele já esperava o que tinha pra vir, já que eu tava com a camisa, a carta e a plaquinha comigo. Ele me deu Oi, e eu tive que me forçar a manter a sanidade e o foco pra poder falar tudo que eu tinha planejado falar. TINHA ATÉ UMA ORDEM DE FALA, mas era o Jão e esse homem mexe tanto comigo que eu falei tudo fora de ordem.

Já cheguei falando que eu tinha muito pra contar pra ele e que eu tinha um presente pra ele, e fui entregando a camisa pra ele. Falei também que tinha uma carta junto dela caso não desse pra falar tudo que eu tinha planejado, e que se ele quisesse responder tinha o meu twitter lá. Depois perguntei se ele poderia vestir a camisa pra foto, e ele disse que não conseguia, mas que podia segurar a camisa. Eu também disse que tinha uma poesia atrás se ele poderia ler, então a Gio disse que não dava tempo, mas ele foi lá, leu os primeiros versos e comentou “Tem bastante referência, né?”. Eu quase morro bem aí.

Eu mostrei depois a plaquinha pra ele, e ele riu bastante. E DEPOIS QUIS SABER A FOFOCA INTEIRA. Perguntou primeiro de onde eu era, e eu falei que era do Maranhão, e ele “longe né? Mas como tu conseguiu namorar alguém de Brasilia?”. Então eu expliquei que ele morava na minha cidade quando a gente namorou, mas que agora mora aqui. Então ele perguntou se a gente tinha voltado, e eu falei “não... AINDA não, mas eu vou passar 5 dias com ele”. Pro Jão ver o que ele ensina pra gente. E aí ele perguntou o que me fez morrer bem ali, e até foi pra minha bio. “Valeu a pena?” Sobre ter dormido na casa do meu ex pra ver ele, E PORRA, como não ia valer? Eu disse que valeu muito a pena, eu nem tinha abraçado e nem tirado a foto ainda. Eu já tava realizada só de ter falado com ele.

Então a foto. Ele tava de jaqueta jeans, uma blusa branca e uma calça jeans. E eu tava de jeans, com um cropped branco e uma jaqueta amarrada na cintura. ESTAVAMOS COMBINANDO. Ele segurou a camisa e eu segurei a plaquinha. Depois disso, eu já tava preocupada achando que tinha passado muito tempo e quase saio sem o abraço dele, mas ele não deixou, tocou no meu ombro e falou “Não sai sem teu abraço” e eu corri pra abraçar ele. Acho que todo mundo lá percebeu como eu tava sem norte, fiquei feito barata tonta sem saber por onde sair de tanto que eu tava animada.

Sai comentando com o pessoal da fila que tava comigo, a Laís e o Felps, pra que eu não esquecesse e depois fui andando pra pista premium enquanto escrevia no celular algumas coisas pra garantir que eu pudesse contar tudo pra vocês. Depois de uma hora, ainda veio na memória detalhe que eu tinha esquecido de comentar e eu fui anotando.

Faltava pouco tempo pro show, a supercam começou. Ganhamos muito, tiveram 3 ou 4 casais lgbt que deram altos beijos na supercam, e eu já senti vontade de chorar bem ali. Tinha uma pessoa perto de mim que apareceu nela, então eu quase que apareço também. Quando a supercam acabou veio o baque. Eu comecei a chorar muito e abraçar o pessoal com quem eu tava conversando, falando “a ficha caiu, eu to aqui”.

Veio a batalha. EU DEI A MINHA ALMA, gritei até ficar vermelha pra Lindo Demais. Eu senti um alívio do caramba, já que eu sabia que eu saberia cantar. Esse era um dos meus maiores medos, que as músicas extras da setlist eu não soubesse cantar, e eu soube cantar cada mísero segundo. Eu tinha pra mim que eu já ia errar algumas músicas, como Monstros, que eu sempre troco a ordem de duas coisas: “bem nos olhos vejo os monstros” com “sei que eu tenho os meus monstros” e antes que me julguem por isso, minha memória é horrível, eu mal lembro o aniversário da minha própria mãe. Eu errei no começo, mas quando o refrão repetiu eu acertei.

Outra música que eu tinha pra mim que eu não ia saber cantar inteira era Doce, e eu posso até ter errado um detalhe ou outro, mas eu me surpreendi que eu soube cantar bem mais do que eu achei que eu saberia. Eu também achava que não ia saber o começo de Olhos Vermelhos, e não errei. Detalhe muito importante, eu desliguei o celular com o intuito de sentir a vibração do show e me conectar com tudo ao meu redor, e quando eu cantei “eu quero me perder, incendiar”, eu senti o meu peito entrar em combustão. Um quentinho bem grande assolou meu coração, e eu sabia que eu tinha me conectado com a música.

Me julguem, eu não esperava errar algumas que eu errei, mas foi devido ao calor do momento (literal e não literalmente, pq eu suei horrores, mas também tem o outro sentido). Minha memória engolia uma palavra ou outra, também teve uma que eu esqueci um verso e cantei o verso da frente... enfim, um caos. Mas eu não deixei isso me abalar e segui firme (mesmo eu me cobrando horrores aprender tudo e não errar nada das músicas).

Ainda sobre as músicas, eu não esperava chorar com Maria, mas eu senti uma conexão imensa com a letra quando eu cantei:
“Desculpa, eu não consigo me amar do jeito que você me ama e agora eu não posso mais voltar, a minha casa está em chamas. Eu precisava me deixar, pra descobrir onde eu estava”. E esperava chorar com Vou Morrer Sozinho, A Rua ou Meninos e Meninas, mas não chorei. Detalhe: eu chorei em TODOS os momentos que tocou Alinhamento Milenar.

A câmera passou por mim algumas vezes, e teve uma hora que eu cantei olhando diretamente pra ela e eu acho que deu foco em mim. E eu acho que o Jão me viu algumas vezes também, e algumas dessas eu levantei a plaquinha pra ele me reconhecer”. Tanto que quando ele foi entregar a carta, eu fiquei chamando ele e falando “vem pra cá” e ele comentou que até queria ir pra lá, mas que ele sentia que não era onde ele tinha que entregar. De certa forma, eu fiquei feliz de não ter recebido a carta, pq a menina também estava no primeiro show dela, assim como eu, e eu me senti representada por ela. Sim, eu esperava e acreditava fielmente que a carta vinha pra mim. Mas eu já tinha tido a minha cota de “momentos únicos” com o meet, então é bom que vários tenham tido a oportunidade de ter seu momento único no show.

Sobre o show em si, eu vi o de São Paulo umas 3 vezes, e mesmo assim, parece que a minha cabeça apagou propositalmente a ordem da setlist e as músicas que estavam lá. Eu me senti como se fosse a primeira vez que eu estivesse vendo, e gritei com cada música, meti um “nem fodendo” pq não lembrava que tava na setlist, enfim... acho que por isso eu posso agradecer ter uma péssima memória, pq essa sensação foi muito boa. Na hora que acabou eu só sentei no chão, em êxtase. Foi a única coisa que eu consegui fazer, e a moça da segurança até se preocupou, mas eu falei que eu sentei pra esperar a maioria do povo sair e também pra processar tudo. Eu só sei que quando a Gabi, que é uma das moots que mais interage comigo aqui no twitter, e com quem eu tinha combinado de curtir o show junto, conseguiu me encontrar eu simplesmente abracei ela e comecei a chorar horrores. Antes, a ficha do meet tinha caído, naquele momento, a ficha do que eu vivi caiu, do quanto eu tinha tido sorte, e do quão mágico tudo aquilo era. Chorei por ter alguém conhecido pra abraçar, chorei por ter encontrado ela, chorei pelo show e chorei de emoção, de alegria. Senti que todas as músicas conversaram comigo e com o meu corpo, e mesmo com o meu olho enchendo de lágrimas não derramadas em algumas músicas, eu chorei onde era pra chorar. Foi perfeito, do jeito que tinha que ser. Alinhamento milenar, vocês não acham?